segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Maze Runner e o labirinto da humanidade

Ponderei o suficiente antes de escrever sobre esta saga, preocupada com o nível de lucidez das minhas ideias e dos argumentos que se seguiriam. Até então não me sentia segura de que, na tentativa de expressar de forma simples o que toda a leitura significou para mim, eu seria fiel aos meus sentimentos. De todo modo, estou prestes a aceitar o desafio. 

É importante deixar claro que não tenho como objetivo aqui apresentar um contexto da história, opinar sobre a trama ou discorrer sobre a complexidade dos personagens. Minha recomendação fluirá por meio de uma mensagem que considero a essência da história, e que me vejo obrigada a compartilhar com qualquer interessado. O que tenho a dizer é quase um desabafo para libertar esses pensamentos dissonantes que estão cavando minha mente desde que finalizei a trilogia. Espero que ele seja bem vindo, tanto para os fãs de mértila quanto para os nossos Calouros haha.


The Maze Runner conta a história da humanidade. Quando afirmo isso, é com completo desapego do que possam justificar os gêneros ficção científica ou distopia. Embora essas categorias carreguem certa imposição, os volumes da série irrompem isso. Nos envolvemos em uma história que vai além do declínio de uma sociedade perdida em si mesma (como Divergente), ou a luta contra o próprio poder (citemos, por exemplo, Jogos Vorazes), onde o autor enfatiza, da narração ao diálogo, seu propósito com a premissa da trama: o Homem e o que permeia sua existência.

Vida por vida, morte por morte, encaramos as faces humanas de olhos arregalados. O autor não economiza nossa resistência nos desfechos fortíssimos, de um significado extremo e necessário. A leveza de cada linha traz consigo o peso de uma geniosidade impecável. James Dashner é como um despertar, que ao destruir nossos sentidos de bem e mal, nos ensina a olhar para tudo com uma perspectiva quase irreal. Para quem se deteve a somente assistir o filme, só tem a perder.

Do momento em que adentram o Labirinto com perda total de memória ao que são levados a encarar a verdade sobre quem são e o que representam, a ânsia pela sobrevivência estampa vividamente cada célula dos personagens, como as palavras estampam as páginas. Dashner não abre muito espaço para o romance. E quando sim, reconstrói a ideia de romance como reconstrói tudo em volta. Os muros que se levantam ao redor fazem mais do que ocultar ou isolar uma verdade questionável. E nossas questões nos levam mais do que às respostas sobre quem o CRUEL ou os Clareanos são, mas acerca de quem somos. Aliás, eles não são os únicos que se esqueceram de seu passado... 

Pois a humanidade não é o que pensamos que ela significa. James Dashner nos concede o benefício da dúvida e o encantamento da resposta. Humanidade é sobreviver a nós mesmos no tempo. E, afinal, quem somos? Os heróis ou os vilões?

Se alguém quiser conversar mais sobre "TMR" e debater sobre elementos mais precisos da trama, vou ficar em êxtase! É só comentar aqui no post ou me mandar uma mensagem inbox na página. Deixo aqui uma canção perfeita para inspirar a leitura de vocês e resgatar alguns sentimentos dos trolhos.

Mars | Sleeping at Last
"How our bodies, born to heal,
Become so prone to die?"


3 comentários:

  1. Ai, sua resenha me deixou assim :o , já estava querendo ler mas agora vejo que necessito ler, e quando ler, ficarei feliz em debater com vc!
    Bjs

    http://achadosdamila.blogspot.com.br/
    https://www.facebook.com/achadosdamila

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mila, que feliz que fiquei com seu retorno! Tô de coração e braços abertos pra te receber no clube hahahaha.

      Beijos :)

      Excluir
  2. Oi Tai, tudo bom?
    Teu blog continua lindo e cheio de conteúdos interessantíssimos. Em épocas de moda das distopias, muitas delas perdem seu significado aos olhos do leitor e posts como o seu reafirmam que elas são mais do que alertas, formas de conhecer e entender o nosso presente, passado e futuro. Acho que Jogos Vorazes, Divergente, Fragmentados, e afins, todas essas distopias tem mensagens maiores do que elas mesmas, mas infelizmente, muitos ainda não conseguem enxergar o que está nas entrelinhas.

    Beijos,
    Mari Siqueira
    http://loveloversblog.blogspot.com

    ResponderExcluir

Seu comentário representa uma conexão impagável entre o que faço e o que vocês recebem em troca. Agradeço se tirar seu tempo para compartilhar isso comigo.